quinta-feira, 18 de outubro de 2012

MAIS SILENCIO

Há um ano que o único ruido que escuto pertence a esse silencio que nos sentenciamos. Incrível como tua voz ainda ecoa antes de eu dormir ou quando acordo domingo pela manhã. Ainda me pego, confesso que cada vez mais raramente, acordando de madrugada pra ter certeza que não tem nenhuma mensagem tua ou uma ligação em que me cantarias Julio Iglesias com aquela voz que só os bêbados conseguem ter. É só algo inusitado invadir minha rotina que penso em te ligar , e entao dou um sorriso pois lembro que nem teu numero tenho mais, minha memoria o apagou, aliás teu cheiro também saiu das minhas lembranças, na verdade o cheiro que ainda me permito sentir que sei que me remeterá a recordações é o cheiro daquele sabonete que sempre tinhas no teu banheiro. Algumas musicas parei de escutar, algumas ruas voltei recentemente a usa-las, pois junto com essas musicas e ruas a tua ausência grita desesperadamente. As vezes penso que seria bom te ouvir mais uma vez, nem que fosse um "bom dia" timido ,talvez fizesse menos barulho do que esse nunca mais que sabemos que é pra sempre.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Impressionante a capacidade que temos de criar rótulos. Rotulamos pessoas, sentimentos, relações, e ainda sim, temos o hábito de proclamar aos quatro ventos que não devemos julgar ninguém. Será que rotular não é julgar e sentenciar previamente alguém? Ao nos preocuparmos em definir algo ou alguém será que não estamos esquecendo quem realmente são essas pessoas ou sentimentos, o que realmente está por tras dessas definições? Acho engraçado quando alguém, tenta me definir baseada com conceitos pre constituidos, e imediatamente penso, pronto mais um que me julgou sem me conhecer, sem estar presente nos meus dias, sem estar presente na minha vida. E fazemos isso o tempo todo, quando conhecemos alguém e pasamos a sair com a pessoa a primeira coisa que os demais nos perguntam s é "e ai, já estao namorando?" Como se fosse uma definição de relação que definisse o sentimento envolvido numa história. Claro que ao dividir essa minha ideia entre conhecidos já ouvi que quando alguem assume namoro muda tudo, é como se tudo tornasse diferente.Ai fico imaginando que muda mesmo. Pra maioria, infelizmente, quando se assume um compromisso de namoro ou de casamento, também adquire uma propriedade: " meu/minha namorado, marido, esposa, namorada..", mas isso é assunto pra um outro dia. Parece que temos dificuldade de aceitar que os sentimentos podem sim ser livres de qualquer titulação, que so devemos respeito a um sentimento se ele estiver enquadrado entre os que já conhecemos. tenho pensado se não temos medo de pessoas que não fazem questao de se enquadrarem no que foi criado pra elas, pessoas que não tem receio de serem o que são e não se esconderem atras de mascars, elas assustam por quererem ser quem elas sao, e isso é uma afronta pra uma maioria que cria personagens para viver. Acho que é bem por ai, rotulos sao criados pois as pessoas não se permitem ter varios adjetivos, ou elas são inteligentes, estudiosas, homosexuais, farristas, bebadas, gostosonas, malhadas, amélias, profissionais de sucesso, fracassadas, ou não são mais nada. Me recuso. Me recuso a existir em um unico papel,não sou feita de uma unica parte, e nem acredito que alguem assim seja, ninguem é so uma coisa. Portanto antes de me rotularem de doida pelo que penso ou de qualquer outra coisa, pare na frente do espelho e tente se perguntar quem voc~e é, ou tente colocar no papel uma auto critica, e não esqueça de depois me provar em que sanidade você está inserido.