quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014




E se por um dia , um unico dia, pudessemos ter outra vida? Acho que rapidamente talvez nos viesse a mente pessoas famosas, milionarios, personalidades que por algum motivos se tornaram celebridades. Mas se olhassemos ao nosso redor,  amigos, vizinhos,parentes, que vida escolheriamos viver por um dia, que sentimentos, que angustias, duvidas gostariamos de compartilhar numa vida que duraria exatas 24 horas?
Talvez você me diga que é muito feliz e que não gostaria de ter outra vida, eu te perguntaria porque não viver essa experiencia unica? Olhamos os outros mais do que olhamos para nos mesmos, muitas vezes até enumeros defeitos alheios quando nem reconhecemos os proprios, As vezes desconfio que já vivemos a vida do outro, só que a distancia.
Se tivessemos essa chance, talvez muita coisa mudasse ou parasse de fazer sentido após esse dia. Perguntas surgem:  "Como seria minha vida com filhos, como seria minha vida sem filhos, casado, solteiro, com dinheiro , estabilidade, sem dinheiro e ainda lutando por algo."
Na verdade todo esse questionamento baseia-se no "e se " , nas escolhas que não fizemos, mas um outro fez, e é como se este outro tivesse nos roubado uma vida que lá atras dissemos não , porque creio que somos  o que também não escolhemos, pelo menos uma parte da gente ficou lá, e talvez esse dia serviria para isso, para nos vermos mais de perto, como um personagem , e será que seriamos movidos pelos mesmos sentimentos e definições que carregamos  nesse dia? Como voce seria nesse dia?
A ideia pode parecer loucura, mas não é, costumamos ser insatisfeitos com nossas vidas, pelo menos em parte dela sim, e o terreno do vizinho sempre nos parece ter a grama mais verde, mas será que teria o mesmo tom se estivessemos do lado de lá?

domingo, 5 de janeiro de 2014

HEROIS EXISTEM SIM

Meu herói tem apesar treze anos. Meu herói ainda não teve tempo de revolucionar o mundo, de descobrir a cura de algo importante, de plantar arvore ou grande feito para a humanidade, mas ainda pode vir a fazer. Porém, ainda que nunca mostre mundiamente seu valor, meu herói mostrou que tem mais fé e força que muita gente grande.
O que um adolescente poderia temer, ele sobreviveu. Foram 53 dias dentro de um hospital, submetendo-se a CTI,  a cirurgias, ao medo da morte, ao simples medo de estar ali. Submetendo-se a muitas vezes a falta de humanidade de alguns profissionais, ao medo de não voltar a andar. Mas ele permaneceu ali, fraquejando algumas vezes, o que é permitido a qualquer ser humano, e principalmente o que é permitido pra alguém que está começando a conhecer a vida, mas , ainda assim, permanecia firme em suas orações.
Vi cenas que jamais esquecerei. O vi gritando de dor o que me fez olhar pro alto e pedir pra trocar de lugar com ele, o vi gritando porque queria sentir os braços livres novamente, sem estar preso a nenhum soro, remedio ou sangue, e ali, naquele momento aprendi o quanto esquecemos do basico, que felicidade mesmo encontramos nas pequenas coisas, nenhuma fortuna no mundo o impediria de passar pelo o que ele passou, e fico me questionando até quando não vamos agradecer por acordar com saude.
Eu não estava lá quando finalmente o liberaram para dar uma volta pelos corredores, pelo jardim. Meu pai fala que ele saiu de braços abertos como se estivesse recebendo a vida novamente, que reparou nas flores, nas frutas pelo chão, que respirou fundo. Não sei se ele tem ideia do que isso siguinificou, mas ali ele estava aprendendo que apesar de qualquer transtorno que a vida nos imponha, a vida está lá fora, com toda a sua beleza e exuberancia.  Ele viveu isso. Mesmo na condição que estava, agradeceu o momento de estar desfrutando um pouquinho da sensação de liberdade. Isso é nobre.
Ele saiu do hospital feliz, na cadeira de rodas aonde ainda se encontra. Ja se locomove bem com ela, ja sai da cadeira de rodas e vai pra cama, pra rede, voltou a escola, sim, porque meu herói não se permitiu a inercia, ele continuou estudando mesmo dentro do hospital, entre um medicamento e outro, lá estava ele, lendo os livros, debatendo os assuntos com a irma, Tanto que passou de ano letivo tranquilamente.
.Ele se operou novamente e dessa vez para por pinos nas pernas. ESta fazendo fisioteraia e agora so vai evoluir. Sim , ele aprendeu a ser forte, a dar valor a vida.
Ele está progredindo diariamente, e a vida e assim, as vezes vamos ao buraco e , se lutarmos, vencendo a dor a cada dia , aos poucos, e no momento certo, as coisas vao retomando seu lugar. O ponto chave é a fe e o amor, que alias ele recebeu e recebe dos amigos, da familia e de gente que ele nem faz ideia que ora por ele. 
Meu heroi mudou, ajudou a mudar minha forma de ver a vida, minhas concepções de mundo e de escolhas. Mais que nunca hoje tenho certeza que o que vale a pena mesmo, sao as minimas coisas, os pequenos momentos. O que vale a pena é o abraço daquela pessoa especial, e o sorriso dos que amamos, e o apoio sincero  nas horas mais dificeis. E ele foi maior que tudo isso, e humilde sempre. Sou grata por terem permitido que eu seja a sua madrinha, as vezes irma, as vezes mae, e mais que nunca sua fã mais orgulhosa do mundo.


E chegou 2014. Estive mais uma vez afastada do blog. O motivo foi so um : a vida me atropelou de uma forma que me perdi. Nesse periodo afastada, tive crise de estresse aliada a depressao, me resgatei me tornando uma pessoas mais saudavel, corri duas meias maratonas, e quando tudo estava sendo recuperado meu afilhado/irmao/filho teve trombose ( quem me conhece de verdade sabe que ele é minha vida, minha paizão) o que mudou completamente a minha vida e de minha familia. Ufaaa, parece brincadeira, mas a vida pode atroplear mesmo.
E eis que surge um momento de voce ter esperanças novamente, e há epoca melhor que um ano que inicia? Entao maos a obra, já que a atividade fisica foi o que me fez não desabar , resolvi continuar o meu processo de resgate ,  voltei a ler livros que não sao somente de direito, a ver filmes, ouvir musica, e chegou a hora de voltar a escrever, voltar a por pra fora o que me corroi, me intriga, o que me faz para pra pensar e quem sabe mudar de ideia.
E isso é me sentir viva. Hoje ao ver um por do sol com umas amigas,( que tambem amo fazer) , ela me olhou e disse que eu estava de volta, e isso é bom demais. Agora sinto que posso retomar antigos projetos, porém agora com uma "vanessa pos 2013" que acreditem , foi um periodo de aprendizado pesado e dolorido, e é clichê o resultado disso: maturidade.
Escrevo com sorriso nos labios. E que venha 2014. E que venham muitas historias para eu poder escrever novamente e sem chances de parar.