quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Mão única ou A recíproca não é verdadeira


Percebendo algumas atitudes cheguei à conclusão que alguns ainda são filhos egoístas. Sim, a maioria dos filhos ainda age como se todos os males de suas vidas fossem culpa dos pais. Então ouvimos coisas do tipo, meu pai não me deu atenção, minha mãe saía pra trabalhar e me deixava com a babá, meus pais nunca me deram liberdade, fui criado(a) por avós, tias, madrinhas, então sou traumatizado (a).

Alguém lembra que antes deles serem pais são pessoas comuns, que sofrem, sentem tesão, sentem saudade, amam, precisam de dinheiro ou têm medo? Aliás poucas coisas devem dar tanto pavor do que acertar na escolha de dar uma vida melhor para um filho. Será que os filhos esquecem que seus pais são humanos e não super-herois?

Eles não têm o dever de acertar sempre, podem até ter o dever de tentar, mas são mortais, e como qualquer outro têm o direito de errar. Acompanho bemmmm de perto uma situação em que os pais por não terem condições financeiras e geográficas de criarem seus filhos sozinhos, a família arrumou uma forma de ajudá-los, às vezes imagino se esses filhos vão questionar o porquê desses pais não terem os criados no inteiro do Pará, como se para esses mesmos pais fosse fácil dividir a criação de seus filhos com parentes, e principalmente conviver com uma saudade imensa e quem sabe com uma frustação de não poderem criar seus filhos sozinhos.

Uma amiga resumiu de uma forma bem correta, os filhos costumam ser egoístas, querem que os pais vivam em torno de suas vidas e seus problemas, como se os pais não tivessem seus próprios conflitos pessoais. Faz algum tempo que parei de culpar meus pais por meus traumas ( uns dez anos no mínimo...), se eu não consigo aceitar que um ser humano pode ter feitos escolhas não tão felizes, que tipo de pessoa eu sou? Só porque alguém gerou uma vida não significa que vá ter que deixar de ser humano, passar a ser santo e se doar completamente. Tem que cuidar, com certeza, afinal, ter filho é uma opção, tem que educar, repassar princípios, prepará-lo para um dia sobreviver sozinho, mas insisto não tem o dever de fazer tudo "certo", sendo que este certo é na concepção do filho.

Não tenho filhos ainda, mas sou filha, amo meus pais e não acho que eles acertaram sempre, mas e daí? Eu acertei sempre? rs.

Pai e mãe de uma certa forma, sempre vão buscar caminhos para propiciar melhores condições de vida para seus filhos, melhores chances e oportunidade para que voem em lugares que muitas vezes eles nem tiveram coragem de sonhar. E pode ter certeza, nem sempre esses caminhos são fáceis para os pais. Será que não está na hora de encarar que o que acontece com você é totalmente culpa sua, inclusive seus traumas? Ora você escolhe como encarar as situações, você escolhe que roupa vai usar, que livro vai ler, que amigos quer ter, porque não escolher assumir também que a questão não é o que fazem contra ou a favor de você, e sim como você encara isso. Tenho uma amiga que tá sempre sorrindo, e, enfrenta problemões em casa, o que ela faz? Segue adiante, sem culpar ninguém, sem condenar ninguém, fez de suas dificuldades e limitações, conquistas e sem rancor.

Sempre repito, não importa o que a vida fez com você, e sim o que você fez com o que a vida fez com você. E parem de culpar os pais, ao invés disso, disponibilizem seu tempo com ele ( quantas vezes você abriu mão de dar uns beijos , de sair pra balada, ou para passear com os amigos pra ficar conversando com eles??). Ninguém tem a obrigação de se doar 100% por ninguém, e não devemos cobrar isso, nem dos nossos pais.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

VEM CÁ, EU TE CONHEÇO?????

Se tem algo que não suporto ouvir são críticas, e acho que a maioria das pessoas compartilham dessa idéia Não gosto do fato de alguem falar o que o outro tem como defeito, até porque com algum caminho já percorrido pela vida, aprendemos a identificar gestos, palavras ou comportamentos que demonstram que não somos perfeitos, e se quisessemos saber de algo, perguntariamos.
Honestamente poucos são os que permito me criticarem , e ainda sim, só me criticam quando eu pergunto algo. Acredito que quem é amigo mesmo conhece os defeitos do outro e se continua convivendo junto, é porque aprendeu a tolerá-los.
Há situações piores, por exemplo, quando a pessoa que nos critica acabou de nos conhecer, sem ter intimidade alguma, é inadmissível. De repente a pessoa sai despejando desvios, sentimentos que você tenta esconder, tem dificuldade para reconhecer, ou simplesmente nem acha que aquilo deveria ser questionado. É como um soco no estômago.Eu, sem querer, acabo afastando aquela pessoa de uma forma ou outra da minha vida, não que eu não vá mais gostar da dela, mas se não sabe respeitar minhas limitações, nunca vai poder ser um amigo meu, poder compartilhar momentos especiais. Mas jamais vou responder uma critica, vou fazer de conta que ela nunca existiu, esquece-la, como a pessoa que ousou apontar minhas falhas sem que eu quisesse saber delas, torna-las de domínio público. E se esse for mais um defeito meu, fazer o que?
Não devemos sair por ai criticando ninguem, apontando os defeitos e fraquezas alheias, não sabemos que tipos de fantasmas, monstros ou fadas as pessoas escondem em pequenas ou grandes situações, além do mais, o que dá o direito de alguem julgar um comportamento?
Há situações em que pode até haver críticas construtivas, mas estou começando a desconfiar que esse tipo de critica vale mais quando o assunto é profissional, pois é muito complicado criticar alguem em suas escolhas, pois será que existe um tipo de comportamento certo e um errado? será que existe alguem sem nenhum defeitos? e será que quem critica muito aceita ser criticado ou será que se acha o dono(a) da verdade, como se só existisse uma verdade.
Me lembrei de um quadro que tinha num programa desses de comédia, onde após a atriz ouvir varias criticas, olhava e perguntava: vem cá eu te conheço??? rs, as vezes dá vontade de dar respostas como essa.
Claro temos o direito de gostar de um comportamento ou não, mas será que temos o direito de questioná-los, principalmente, se esse comportamento nunca nos atingiu, apenas nao gostamos dele por motivos que talvez nem identificamos.
Sinceramente, antes de pensar em criticar alguem, melhor pensar duas, três vezes, pensar até desistir de criticar se necessário, o importante é analisar se aquilo que tanto está lhe incomodando , você será capaz de tolerar, se não, mude de amigos. Se for capaz de tolerar, aprenda a conviver com as diferenças. Com certeza a vida se tornará muito mais leve.O segredo pra mim é esse, gostar das pessoas como elas são, sem tentar muda-las, ou não gostar delas, o que também é um direito. Simples assim.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

DECLARAÇÃO DE AMOR

Haryscow ( segundo a Dani) não gosta muito de fotos...

Nunca tive muito jeito com bichos. Animais nunca foram meu forte, achava bonitinho, mas bem longe de mim. Mas também fui criada para isso, minha mâe ODEIA animal dentro de casa, dessa forma as tentativas para ter um bichinho de estimação sempre foram frustadas. Porém há um tempo atrás ,na garagem de casa ,apareceu um filhote de gato , e achei de dar comida pois era visivel que não comia já havia alguns dias. Dava comida e tinha que sumir pois ele era totalmente avesso à movimentação humana, era só tentarmos chegar perto que ele parecia que ia nos atacar. Foram passando os dias, ele ainda arisco , mas já começando,assim como eu , a "amolecer o coração".

Essa história de "amor" começou há mais de um mês, já o levei ao veterinário, e tenho todo o cuidado possivel com a saúde dele, é a atração momentânea da casa, até minha mâe já tem receio quando ele quer ir pra rua. Mas o principal, é que comecei a observar o gato, suas atitudes, sua independência. Aliás, acho que é essa caracteristica que me faz gostar dele. A independência. Costumam criticar os gatos por serem interesseiros, traçoeiros, mas estive refletindo sobre isso.

Ele chegou lá em casa, gato de rua, como dizem " se virava" por aí, desconfiava obviamente de todos que chegavam perto dele, natural quando se aprende cedo que a vida não é um mar de rosas, e quando resolveu dar um tregua, aprendendo a confiar, logico ficam sempre com aquele olhar de que "acredito e não acredito em você", e honestamente ninguem mais acredita 100% em alguem que acabou de conhecer, ninguem que pelo menos tenha percorrido já boa parte do caminho da vida, afinal as pessoas podem ser boas, mas tem defeitos, e muitas vezes só com muuuuuuuuuuuuito tempo nós os conhecemos.

Um hábito ele não perdeu: noite. È só chegar de noite, coincidencia ou não, preferencialmente às sextas feiras, ele quer ganhar a rua, e tem vários amigos que ficam o esperando na porta de casa. Já me falaram para prende-lo, não permitir que saia, sei que talvez fosse menos perigoso pra ele, mas acredito que estaria atravesando sua natureza. Gosto de reparar seu comportamente ( alias esse é uma das minhas caracteristicas, observar o comportamento de todos que me cercam...) e cada vez mais me encanto, ele é dono de si. Já me falaram, para não dar comida para ver se ele não vai embora. Ora, rs, honestamente qualquer pessoa é assim -exceto os masoquistas - se alguem não te dá mais carinho, atenção, porque permanecer lá?

Temos muito dos bichos na gente, talvez o instinto de sobrevivencia seja uma das maiores provas disso. Tenho me descoberto nessa história. Já me perguntei se teria me encantado por ele se ele não tivesse dificultado pra mim no inicio, ou se ele fosse dependente de mim, ou me olhasse como se precisasse de mim, nunca saberei a resposta, mas estou desconfiada que talvez tenha uma alma meio felina, afinal, a noite é minha segunda morada, detesto depender dos outros , e posso me jogar no mundo pois sei que vou sobreviver.


..........


"Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres
Senhor, senhora ou senhorio
Felino, não reconhecerás"
( História de uma gata - Chico Buarque)
PS: Quando cheguei em casa minha mãe havia comprado uma coleira para o meu gato. Ele não gostou e tanto mordeu e se estranhou com o " colar" que conseguiu que ela não ficasse no seu pescoço. Mais uma vez afirmo, devo ter alma felina. Não nasci para coleiras.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

SEJA QUENTE OU FRIO.....

Cena dos Normais 2

Ontem assiti pela segunda vez o filme Os Normais 2. Não que o filme mereça ser assitido em sessões muito próximas mas é que assumo, a segunda fui pela companhia. Gostei do filme, na verdade gostei de rever o Rui e a Vani, porque eles são doidinhos de pedra, e ela uma mulher descontrolada sob lente de aumento. Os dialogos podem acontecer em cada esquina, afinal, com o tempo, que casal não sofre com o desgaste de uma relação?

Conhecemos todas as manias, desejos do outro, e não precisamos ter uma alma tãooooooo inquieta para sentirmos tédio muitas vezes daquela rotina em que todo relacionamento se transforma, dessa forma, surge a proposta " vamos colocar têmpero/fogo nessa história?"

No filme o "Ménage à trois" acaba sendo o que eles encontram como solução. Para mim uma decisão com um tempero carregado e muito perigoso além de poder causar um incendio em grandes proporções, mas acredito que se fossemos olhar mais de perto, talvez encontrariamos milhares de casais com a mesma escolha, ou outras bem parecidas . Nesse jogo pra mim o que vale é a vontade de incrementar uma história com alguem que amamos, mas que momentaneamente está morna, e vale de um tudo para reascender um vulcão que pode estar caminhando para extinção, tenho dificuldade em acreditar que alguem possa gostar de algo que tenha temperatura estável o tempo inteiro, porque não tentar esquentar ou é melhor admitir que aquela história já congelou de tão fria? O grande perigo é que ao tentar reascender a paixão/ tesão temos que ter a ideia que corremos o risco de ao atirarmos para acabar com algo ( situação morna) podemos acertar em lugares que não tinhamos a intenção de ter como alvo ( as vezes dá medo das consequencias....)


Pra variar:



"Sempre desprezei as coisas mornas, as coisas que não provocam ódio nem paixão, as coisas definidas como mais ou menos, um filme mais ou menos ,um livro mais ou menos. Tudo perda de tempo. Viver tem que ser perturbador, é preciso que nossos anjos e demônios sejam despertados, e com eles sua raiva, seu orgulho, seu asco, sua adoraçao ou seu desprezo. O que não faz você mover um músculo, o que não faz você estremecer, suar, desatinar, não merece fazer parte da sua biografia.(trecho de O Divã)Martha Medeiros"

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Eufórica


Não vou mais disfarçar. Estou muito feliz. Como há muito tempo não reconhecia essa alegria em mim. Tenho que parar de lutar contra o que preciso aceitar. Acho que hoje é o primeiro passo. Vontade de dançar, cantar, pular. Hoje meu mundo ficou colorido novamente, e honestamente, não quero saber se permanecerá assim ou não, quero somente usufruir de todas as cores e sabores que sei que posso viver. Como falei em postagens anteriores, há momentos mágicos e sei que os viverei novamente. Se nada nessa vida é 100% algo, ninguem é 100% algo, somos misturas, mosaicos de vários num só, então porque excluir uma história, um lugar, uma pessoa ou relação só porque nos oferece algumas feridas ( não) cicatrizadas, não contam os momentos felizes? Francamente, continuo acreditando que nada, absolutamente nada que nos faça verdadeiramente feliz precisa ter sentido. Como diria uma amiga minha : entre ter razão e ser feliz, prefiro ser feliz......


Não resisti, resolvi colocar trechos de músicas que canto desde ontem:

“Guardei cada luar. Cada verso encoberto nas notas da canção. (...) Me lembro quando você passou Era um dia tão claro de sol Pensei, meu Deus, é um sonho Meu coração feito um louco batuque" ( Inclemência - Cartola )


"...Vou dormir querendo despertar, Pra depois de novo conviver com essa luz que veio me habitar com esse fogo que faz arder Me dá medo e vem me encorajar Fatalmente me fará sofrer Ando escravo da alegria Hoje em dia minha gente Isso não é normal Se o amor é fantasia Eu me encontro ultimamente Em pleno carnaval..." ( Escravo da Alegria - Toquinho e Vinicius)


"...O que não tem mais jeito de dissimular E que nem é direito ninguém recusar E que me faz mendigo, me faz suplicar O que não tem medida, nem nunca terá O que não tem remédio, nem nunca terá O que não tem receita..." ( À Flor da Pele - Chico Buarque)

domingo, 13 de setembro de 2009

O telefone NÃO vai tocar



Esse final de semana assiti o filme "ele não está tão afim de você", e tirando o fato de ser mais uma comédia romantica americana em que no final todos ficam felizes, a mensagem que o filme passa é que se a pessoa não ligou , ela não está interessada. Simples. Muito simples, e até obvio, mas na prática muitas vezes demoramos para digerir essa informação, e Por que? Andei pensando se as desculpas que normalmente são criadas pelo telefone não tocar são uma auto-defesa, porque se alguem interessante, e que você gostou da companhia não lhe procurar mais pode ferir a vaidade, a auto estima, afinal, que motivos haveria dele (a) não gostar de você? Situação que pode acabar gerando a famosa frase : Porque não eu?


Sendo bastante honesta, para a maioria não é tão simples aceitar uma rejeição, ainda mais quando acabaram de se conhecer, periodo onde habitam todas as esperanças de viver algo novo. Lidar com essa rejeição inicial pode ser complicado, afinal o outro nem se permitiu lhe conhecer, nem teve a intenção de saber se você gosta de cinema, de comida chinesa ou se já sonhou conhecer o mundo, dessa forma , pode sim, ser um soco na vaidade.


Definitivamente o período entre o pedido de um numero de telefone e a (não)ligação pode trazer confusão de sentimentos, de esperanças à necessidade de xingar a familia inteira do até então pretendente. Tenho uma amiga que decidiu, talvez momentaneamente, não dar seu numero de telefone mais e inventa que não tem celular, segundo ela, pra que, se eles não ligam mesmo. Morro de rir da situação sem julga-la. mas uma coisa tenho certeza, há fases da vida que não precisamos mais de mentiras, nem joguinhos, se não tá interessado (a) pra que pedir o numero do telefone?


O ideal seria não ficar pensando nisso, partir imediatamente pra outra, fazer a fila andar, afinal se não recebemos a ligação de alguem que nem nos conhece, ou melhor que nem teve essa intenção, então essa pessoa não merece tantas especulações ou desgastes emocionais, mas nem sempre a prática está no mesmo compasso que a teoria. Agora que fique bem claro: sem ligações = sem interesse.


Pra terminar uma frase que adoro:


"Uma pessoa olhando para um celular que não toca - não há cena mais idiota. Os celulares foram justamente inventados para que ninguém precise mais ficar aguardando uma ligação ao lado do telefone."Fernanda Young

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

MOMENTOS MÁGICOS.


Acredito na magia sim. Podem me chamar de romantica, mas acredito em momentos tão especiais que gostariamos que fosse eternos, e no fundo acabam se tornando nas lembranças. Momentos como esses são únicos, leves. Podem estar em observar uma paisagem, um pôr-do-sol, no instante que alcançamos um sonho ou objetivo, ou ao dividirmos momentos com alguem. Já ouvi gente dizer que não acredita em magia, em momentos mágicos, mas não respondo, dou um sorriso, pois tenho a certeza que aquela pessoa nunca viveu um momento que a tenha deixado tão feliz, tão plena de si mesma. Imagino que ser mãe seja um dos momentos mais mágicos que possa existir,conhecer a Europa então, rs. Já vivi alguns momentos assim, bem especiais, alguns foram em situações tão simples que nem acreditei que poderiam me trazer tanto sentimento bom. Conheci pessoas que sempre ao lado delas havia magia, poucas admito, mas acredito que ainda vá encontar algumas outras pelo caminho.Ultimamente tenho sentido falta de viver mais momentos assim, por isso tenho procurado viajar bastante, pela magia de (re)conhecer.Mas assumo que se não tenho vivido mais momentos super especiais, parcela desta culpa é minha, pois não tenho me permitido tanto quanto gostaria e tenho visto muito defeito onde poderia ver qualidade. Me pergunto se a magia está escondida em momentos que independem do estado de espirito, mas antes de ter a resposta cultivo a ideia que quando estamos diante de um momento que nos faça tão bem, que nos traga felicidade , devemos desfrutá-lo até o ultimo segundo.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

VOCÊ TEM MEDO DE QUE???



Nunca encontrei alguem que não tivesse algum tipo de medo ou fobia, aliás, acharia até estranho alguem ser inteiramente destemido, meio irreal. Já vi pessoas com medo de altura, da morte, de perder alguem, de gente morta, de verdades, de amar, de animais, de outras pessoas , mas honestamente, sempre achei isso muito normal. Mas e quando esse medo passa a governar a vida, será que não é hora de tentar superá-lo? Como sempre fui a favor de evoluir, de buscar melhoras, por que não superar meus medos? Tenho um certo medo de altura, e de alguns "esportes/situações radicais", mas sempre tentei ignorá-lo, pois não viveria bons momentos, não teria ido em metade das montanhas-russas que fui, não teria voado de asa-delta, feito surf na pedra, rapel, e não estaria planejando pular de para-quedas ( assumo que tenho adiado esse salto).Essa é a questão: o medo pode nos impedir de viver momentos especias, inesquecíveis.

Comecei a pensar nisso quando percebi que nunca poderei conhecer Fernando de Noronha ou alguns lugares lindos, e até mesmo mergulhar, pelo meu PAVOR de tartaruga. Já me acostumei com as gargalhadas após eu admitir esta fobia, mas é a minha fobia.Não é justo eu não desfrutar daquele paraíso por medo de um animal. Fazer o que? Estou pensando na possibilidade de um tratamento para perder este medo, e acreditem só de pensar nisso, já entro em pânico, pois quem me conhece sabe que não posso ver uma tartaruga nem por foto. Talvez essa seja a minha maior superação. Sei que é assustador a ideia de enfrentar os medos, o que nos aflinge, nos pertuba, mas porque não tentar???

OBS: Só para comentar, dias desses, o Globo Reporter falou sobre o tema medo/fobia, e uma senhora de mais de 80 anos me chamou a atenção. Ela saltou de asa delta,e quando a reporter perguntou o motivo , se queria provar algo, ela respondeu que fez o salto por ela mesma, para superar seus proprios limites, que não precisava provar nada pra ninguem.


Experiência inesquecível.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

SÍNDROME DE PETER PAN


O inevitável aconteceu, somos adultos. Adultos com aparência e espirito de juventude, mas adultos. Pode parecer estranho eu estar afirmando o que aparenta ser óbvio, mas afirmo pois sei que não é tão claro assim. Admitir que não somos mais adolecentes tem um custo muito alto,talvez por isso a síndrome de Peter Pan tenha acompanhado uma parte da minha geração, e, admito eu e muitos amigos já sofremos ( alguns ainda sofrem) desse "mal".

Era mais simples ser somente jovem. Muitas vezes nossas contas restringiam-se ás baladas, quando muito a conta de um celular, tudo pago com dinheiro do estágio ou de mesada. Claro sei que nem pra todos foi tão simples assim, mas pra maioria dos meus conhecidos, sei que foi. Hoje pagamos parcelas de carros, apartamentos, plano de saude, cartão de credito, supermercado, aluguel, enfim, arcamos com nossas vidas, com todas as consequencias que "crescer" pode vir a gerar.

O que mais estranho, é que não sei quando essa (r)evolução aconteceu, estava bem distraída em alguma festinha, em algum bar, quando me vi cheias de responsabilidades.

Dias desses tava ouvindo uma amiga falar de como é dificil e estressante tomar conta de uma casa, e não tem quem negue que é verdadeira este desabafo , mas fiquei imaginado, uns dez anos antes, quando ainda achava que tudo seria fácil e que era praticamente uma mulher maravilha, acreditavamos que a vida seria perfeita. Não estou afirmando que não somos felizes, porque isso, somos, mas tinhamos a ilusão, ou a imaturidade de nunca imaginar que a vida também estava presente na rotina , que teriamos um ônus muitas vezes maior que o bônus.

Tornar-se adulto é muito bom, temos a independencia finaceira, profissional, acabamos por nos conhecer de verdade, e ai incluo que já sabemos que não somos indestrutiveis, nem imortais , mas, não tem a irresponsabilidade permitida e tolerável dos mais jovens.

Não vou entrar na questão do que é juventude, pois isso tenho quase que certeza, que aos cem anos ainda me sentirei descobrindo o mundo, falo de posicionamentos que nós mesmo aprendemos a nos cobrar, de prioridades que foram se modificando com o tempo.

Alguns foram abandonando a Terra do Nunca pelo caminho. Abandonaram quando tiveram seus filhos , quando tiveram que sustentar uma casa ou coisas do gênero. Outros tentam equilibrar a síndrome, horas de responsabilidades e obrigações, horas de esquecer que isso existe e "chutar o balde" ( mas acreditem, essas horas vão diminunindo sem percebermos). Deve haver os que nunca se permitam crescer de verdade, mas esses, acredito correm um serio risco de tornarem-se cansativos.

Colocando na balança, tornar-se adulto é inevitável, aceitar o fato facilita , mas o que nunca podemos deixar acontecer é que a vida se torne uma repetição de rotina, de compromissos, Somos mais que isso , merecemos muito mais que isso, e o peter pan não deve ser abandonado completamente, deve aparecer em vários momentos da vida.