quarta-feira, 19 de agosto de 2009

SEPARAÇÕES


Eis um tema que sempre causa um certo alvoroço. Li mês passado Outra Vida do Rodrigo Lacerda, e como de costume, passei alguns dias digerindo algumas novas observações/ percepções. Separação sempre é traumática. Mesmo quem afirme que não teve nenhum problema ao dizer adeus a alguem ou a algo, na verdade, sente. Talvez só haja algum outro sentimento que dificulte assumir que está sofrendo sim.
É uma ruptura com algo que convivemos por um certo período, é abandonar planos feitos lá atras. Há no mínimo uma dose extra de frustração. Em certos momentos no livro, os personagens se olham e vêem que o futuro que imaginaram viver juntos, não aconteceu, e há um certo tom de revolta nisso, uma certa caça a culpados.
Fico imaginado quantos casais continuam juntos por medo de viver todas as fases de uma separação, por medo do novo, do recomeço. Tempos atras um amigo que namora uns cinco anos com uma moça e a trai com qualquer uma me falou assim " o destino vai dar um jeito de eu conhecer alguem e então vou me apaixonar de verdade". Fiquei meses pensando no que ele me disse, e honestamente, até hoje me entristece as palavras dele. O que o prende a essa moça? Covardia?
Sair de uma história, mesmo falida não é fácil.Por algum tempo a tristeza, dor, saudade, o medo do desconhecido serão companheiros diários, mas será que não vale a pena correr o risco de tentar sobreviver as etapas de um " até nunca mais. seja (in) feliz...", pra se libertar de algo que já não preenche as lacunas que carregamos? É fato, se ocorre uma separação, é porque alguem não está completemante feliz.
Separações levam uma parte de cada um, mesmo que seja uma parte pequena, e nem sempre há reposição para compensar. È perder. Perdemos sonhos, perdemos pessoas, perdemos sorrisos, projetos, mas tambem ganhamos a oportunidade de reiniciar , de nos reinventar, de acertar ou errar novamente, e no final, na soma do que se ganha e do que se perde, ficam cicatrizes que podemos esconder ou não.

5 comentários:

  1. Largar uma relação, ainda que desfalecida, sólida por nada que substitua isso não é fácil e nem será jamais. Só aos corajosos a vida reserva o destemor da solidão. É bem por aí. E eu bem sei disso. E/ou sabemos.

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  2. E eu bem sei disso. E/ou sabemos [2]
    Ótimo texto...

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  3. A Mayara poderia criar logo o dela, né?

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  4. se libertar é tããããão difícil, para alguns é mesmo impossível..falo por mim, sempre por mim, mas não sei se já aprendi a me libertar...
    bj.

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