quarta-feira, 11 de novembro de 2009

BEIJOS E MAIS BEIJOS




Hoje estava assistindo pela milésima vez o DVD da Vanessa da Mata, e em uma de suas canções ela dispara uma frase-pra mim bombastica- " quero beijos intermináveis até que os olhos mudem de cor".
Eu quero também esses beijos, na verdade acho que todos desejam beijos assim, vida assim.
Dias desses vi um casal dançando sem musica no meio da rua, cena no minimo engraçada, mas pensei, se inveja matasse, estaria mortinha.
Podem argumentar que devia ser um casal no inicio de uma história, que seja então, o importante é que com certeza aquela dança sem musica mudou a cor do dia deles.
Me pergunto nesse exato momento o que acontece com os casais, em que momento param de viver instantes que para todo o resto do mundo é tolo? É engraçado, a vida é feita justamente da união de momentos, e se não permitirmos que esses momentos sejam mágicos, então que tipo de vida teremos?
Dizem que a rotina tira essa magia, então a rotina muda também o sentimento, porque se perdemos o tesão de dar beijos intermináveis, então provavelmente, a vontade de estar junto esteja perdido em algum lugar.
Sei que relacionamnetos não são mares-de -rosas, mas, nem precisam ser, basta que alguns momentos sejam como os que constumamos vivenciar no princípio de uma história. Tenho certeza que a vida será muito mais leve, e nós seremos muito mais felizes.

2 comentários:

  1. - Dás-me a tua mão?

    Um pedido simples. Dito de forma simples, quase num murmúrio.
    Ela estremeceu, como se o frio da noite tivesse descoberto subitamente um atalho para a alma.
    Dar-lhe a mão?
    Assim... tão de repente?

    Caminhavam pela praia, já bem distantes do barzinho iluminado e dos sons do piano. A lua, semi encoberta por nuvens passageiras, iluminava-lhes os passos, deambulantes, ora tocando a espuma das ondas, ora afastando-se para o areal.
    O silêncio, aqui e ali interrompido pelos gritos das aves nocturnas, era leve e molhado, saboroso. Ela sentiu que ele não esperava palavras, que lhe apreciava os silêncios, porque tudo fazia parte daquele quadro que nem ela ainda compreendia bem, porque tudo era confuso, dificil... e ao mesmo tempo delicioso.
    Para onde caminhavam?
    Em que mar findaria aquele rio de paixão em que ambos haviam mergulhado, pensando simplesmente... estar a salpicar o rosto de água fresca?
    Não fora só o rosto.
    A água do rio lavara-lhes o olhar de tristezas passadas, tratara-lhes as cicatrizes antigas de outras vidas, despertara em ambos sensações há muito esquecidas, amordaçadas no baú dos tempos antigos.

    E agora... ali estavam eles, incrédulos e indecisos, rasgando medos, caminhando sózinhos na escuridão da noite como se tudo fosse a primeira vez – eles, ambos já vividos, repetidos, usados e abusados... como pessoas em segunda mão, procurando ainda um lugar ao sol.

    Lá longe, a vida continuava. A dos outros e a deles próprios.
    Ambos sabiam disso.
    Tal como sabiam que os sonhos só tinham razão de existir.... para ser vividos.
    E a medo... haviam chegado aquele ponto, o ponto onde ambos percebiam que iriam nadar juntos até à foz do rio.... fosse ela qual fosse.

    - Dás-me a tua mão? – voltou ele a perguntar.
    Dar-lhe a mão?
    Sorriu.

    - A mão...está bem... dou-te a mão. Também me queres o coração?

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  2. O problema é quando os olhos até mudam de cor, mas a cor passa a ser cinza. Uma barra. :(

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