sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Sentimentos Confusos




Passei esses dias pensando na minisérie que acabou na semana passada,  Dalva e Erivelto  Uma canção de amor, na verdade no tipo de relação que eles nutriam, e que, podemos observar claramente ainda em alguns relacionamentos. O machismo norteia toda a história, sem sombra de dúvidas, afinal o que justificaria alguem ser infiel inúmeras vezes e não perdoar uma única traição pelo fato de que para  a mulher isso seria inadmissível?
Não cabe a mim julgar se ele a amou ou não, afinal há varias formas de se demonstrar e sentir esse sentimento tão confuso, mas tenho como verdade que foi o orgulho que fez com que ele não aparecesse no hospital para ver a mulher com quem ele teve filhos e dividiu momentos.
Ela o amou até o fim de sua vida, pelo o que a série demostrou um amor tão grande que foi maior do que ela mesma, o que muitas vezes a levava a constantes humilhações e nunca à condenação de seu ex companheiro. É um amor dificil de se entender para quem observa de fora, pode até ser bonito, mas se não for correspondido pode causar dores imensas. Também não vou julgar quem ama assim (até porque pra mim seria dificil o fazer).
O que me intrigou é essa mistura de sentimentos antagônicos, de um lado um amor incondicional, de outro um orgullho ferido, misturado com vaidade, que pode ser capaz de fazer uma pessoa tomar atitudes crueis.Para ele não bastava ser feliz, ele não admitia a idéia dela, Dalva, ser feliz.
Relações bombásticas existem por aí, basta virar uma esquina para tomarmos conhecimento de alguma história dessa. E cada um sabe o que suporta e o que não suporta. Mas ainda sim me pergunto ( e me pergunto mesmo) que amor é esse que é capaz de perdoar o que seria imperdoável, e que orgulho ferido foi esse que transformou um compositor num homem cruel.
Como levanto a bandeira que odio e amor andam de maos dadas, pra mim ele sentia algo muito forte por ela, senão ela lhe seria indiferente, e mesmo não me surpreendendo com as atitudes dele a forma como ele passou a trata-la me deixa agitada. Percebo histórias como esta ainda hoje, onde um não consegue aceitar  alguma atitude do outro e passa a agredi-lo . Por maior que seja a decepção não encontro razões para fazer da vida do outro o inferno ( ainda que as vezes mereça, rs), é pesado demais.
O outro pode até ter a vida prejudicada pela crueldade mas é quem as comete que fica com o ônus maior, já que perde tempo infernizando ou atrasando a vida do ex companheiro ao inves de viver a sua propria vida sem olhar pra tras. Sei que não é facil esquecer algumas magoas, mas é mais facil conviver com elas ou esquece-las se passamos a cuidar de nossas vidas.
Acho que Erivelto deveria ter ido ao encontro de Dalva no hospital. Ele mesmo após ter construído uma vida sem ela, não permitiu que seu orgulho ferido a tirasse de seus pensamentos. Ela o amou até o final, o tinha como uma devoção, ainda sim não foi suficiente para que ele percebesse o quanto suas atitudes o tornaram pequeno.



2 comentários:

  1. Eu gostava do Erivelto, até ver os dois primeiros episódios, que foi só o que deu pra eu ver, da miniminisérie. Um vaidoso. Foi o que me pareceu. Insensível na maior parte do tempo. E a Dalva tinha razão: ELA era a estrela do Trio de Ouro. E isso é o que na verdade mais feria o orgulho dele.

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  2. Amiga, é bem verdade que o machismo imperou na minissérie, massss quando ele aparece vem uma tal de submissão bem atrás, ou do lado, como queira, o fato é que fiquei apaixonada pela vida de Dalva, fiquei com saudades de alguém que pra mim estava da prateleira dos cafonas, quero saber mais e mais sobre, vou atrás do livro e até dos CDs...pois é, língua não tem osso..rs..

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