quarta-feira, 7 de abril de 2010

A REAL SOLIDÃO


Nao tenho dificuldades em estar sozinha, fazer programações em que aproveitarei somente comigo mesma, aliás amo minha companhia. Acho interessante algumas pessoas me olharem espantadas quando digo que vou ao cinema, ao teatro, a praia, se duvidar algum show completamente sozinha.
Creio que não entendem que não estou abandonada, não percebem que de repente aquele momento é meu, que é opção minha não estar com alguém e que faço coro para o antes só que mal acompanhada.( nada pior que ver um fime com alguem que não goste de cinema)
Na verdade esses momentos em que permito não convidar ou avisar qualquer pessoa do que pretendo fazer, são os momentos em que quero dedicar unicamente pra mim, uma forma de me desacelerar, uma forma de dizer, eu quero perceber esse instante, aprender, sugar algo sem nenhuma interferência.
Esses momentos não me assustam, não me parecem solidão, me parecem cheios de vida.
Pra mim o complicado é justamente o inverso, quando estou em meio de uma multidão, de uma pessoa e me sinto só. Acabei de voltar de uma situação que vou rotular de "balada" , sai de lá comentando com as meninas que havia gostado do final de semana, mas era como se não estivesse lá, não sabia explicar. Agora acho que entendo melhor, me senti deslocada em meio aquela multidão. Cheia de sorrisos, de movimentos e atitudes exageradas, mas me sentia só. Esses momentos sim, me parecem ser de solidão, e me apavoram.
Acho que se cavar um pouco mais meus sentimentos, talvez encontre algo que prove que eu já sabia que me sentiria assim, mas preferi fugir, porém não tem como, alguns fantasmas nos seguem.  Estranho são as pessoas não perceberem essa farsa, confundindo empolgação com felicidade, mais estranho é elas não me olharem assustadas, mas entendo, afinal estava  curtindo  com todos e principalmente no padrão de todos.
 Da proxima vez que alguem perguntar admirado porque prefiro muitas vezes  programações não comuns para uma solteira, vou responder que a unica solidão que me apavora é aquela que vivo em situações que não estão preenchendo o que deveriam ( ou que se propõem a fazer), situações que mais me retiram do que me acrescentam.

OBS: O lugar estava perfeito, as pessoas ao redor estavam perfeitas, EU é que não estava combinado com nada daquilo.

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