sexta-feira, 19 de março de 2010

NÃO SE VIVE UM AMOR ROMÂNTICO



Ontem assiti um filme, que por preconceito, nunca havia me interessado, mas com um título brega como "De repente amor" não devo ser condenada por isso. Admito que apesar de ser um filme um tanto bobo, gostei da proposta apresentada:  duas pessoas conseguem se tornar especiais, viver momentos bons e apoiam -se nos maus por um período de sete anos. Porém devido a distância, projetos de vidas diferentes acabam mantendo  uma relação não rotulada ,  sabem o que sentem pelo outro,  sabem que é forte, e isso bastou por um bom tempo.
Acredito que relações como essa tornam-se românticas e diferentes justamente  por que nunca foram vividas , são uma eterna especulação de como teria sido. Não estou falando daquelas em que as pessoas não se assumem, mas estão sempre juntas vivendo cotidianos. Estou falando daquelas em que nunca houve motivos para sentir raiva ou decepção, daquela que só a magia foi compartilhada nos momentos felizes ou só o companheirismo se fez presente nos momentos de dificuldade.Relações de instantes esporádicos. Se duvidar, é capaz de você encontrar a pessoa poucas vezes ao ano, bem como poucas vezes também  manterá contato por telefone, e.mail, mas sabem-se queridos.
Talvez um dia essas pessoas fiquem juntas, talvez sempre carreguem um fantasma do que nunca foi permitido vivenciar. Já ouvi por aí que Romeu e Julieta só se tornaram simbolo de amor infinito, por causa de suas mortes, pelo não exercicio de seu sentimento, pois será que teriam a mesma sorte se Julieta ligasse pra Romeu num sabado de noite e seu telefone estivese fora de área ou se ele descobrisse que ela era infiel ou mantinha contato com um ex? Namoros, casamentos, amizades coloridas, outros laços afetivos inominados podem também desfrutar de fases românticas, mas, sabemos que carregam o peso do desgastes e da realidade.
Relações  assim constinuamos guardar por anos,  afinal se existiram em algum lugar, foram em nossos sonhos, e lá é terra em que só habita o que nos faz bem, senão vira pesadelo. As vezes vivemos essas histórias em nossas memórias, especulamos situações , dialogos em que poderiamos ter desfrutado. E mais uma vez  confirmo que Penélope Cruz estava certa, quando sua personagem Helena no filme Vick, Cristina, Barcelona ( Esse sim um filme ESPETACULAR)  fala que só há um um tipo de amor romântico, aquele que nunca foi vivido.




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